Hoje todos pararam....
Hoje? Não, ontem....
Ontem, o mundo inteiro parou. Boa parte do Brasil, se abalou.
Pais, amigos e conhecidos choraram, pelas lagrimas de fumaça cinza que o fogo soltou, soluçou e matou.
Uma ganancia que trancou, proibiu, não se redimiu e acabou...
Acabou com duzentos e quarenta e cinco vidas; afogadas sem ar pelas lagrimas cinzas; queimadas; acabadas; consumadas.
Duzentos e quarenta e cinco pessoas que não viram o sol nascer do outro dia. Quatrocentos e noventa pais que choraram por duzentas e quarenta vidas inesperadamente acabadas. Centenas de amigos choraram a perda de duzentas e quarenta vidas infelizmente, e tragicamente perdidas. E milhares choraram pelas lagrimas acinzentadas derramadas, que acabou com um local, que marcou uma cidade, que carimbou em um estado, e abalou um país... Uma fuga. O dinheiro primeiro. O tempo depois. E a vida acabou. Humanidade, não teve. Ganancia ganhou. Idiotice prevaleceu. Culpados, cade? Duzentos e quarenta e cinco vidas perdidas por falta de saída, por conta de ganancia, por uma ignorância...
E o Brasil parou, o rio grande do sul chorou, e duzentos e quarenta e cinco vidas não mais gerou, apenas descansou...
28 de jan. de 2013
E o Rio Grande do Sul chorou...
Não diferencio o certo e o errado,
o acerto ou o estrago,
apenas diferencio pensamentos simples amontoados.
22 de jan. de 2013
E o nada continuaria sendo o nada
Aquele fundo breu que tanto contemplo
Um dia encontrei sua via
de contra-tempos expostos
de manias ridículas
com olhares compostos
que diziam ser suicidas
E a vida, a vida já não seria mais vida.
E o tempo já não seria mais tempo
As palavras...
as palavras terminariam em exemplos
e a via, a via continuaria dividida...
Um dia encontrei sua via
de contra-tempos expostos
de manias ridículas
com olhares compostos
que diziam ser suicidas
E a vida, a vida já não seria mais vida.
E o tempo já não seria mais tempo
As palavras...
as palavras terminariam em exemplos
e a via, a via continuaria dividida...
Não diferencio o certo e o errado,
o acerto ou o estrago,
apenas diferencio pensamentos simples amontoados.
18 de jan. de 2013
Tempos remotos
Gostava de observar-te desatento tomando sua dose diária de cafeina meio amarga. Colocava-me a chegar de fininho e pronto: você colocava-se a pular de susto. E nós gargalhávamos juntos, sem preocupação. E você sussurrava encantadoramente que me amava, que adorou o fato de vivermos assim, aqui improvisados. Eu também adorei.
Lembro-me de quando saíamos para um barzinho qualquer, na companhia de pessoas queridas. Chegávamos bêbados, caindo pelos corredores, rindo feito idiotas, e arrastados por estranhos. "Nunca, de fato, fomos música clássica. Mas sempre, sempre fomos jazz." Não tínhamos culpa. Só nós dois já era tanto!
Com o tempo, tudo se esgotou... Acordava de manhã, dava-lhe um beijo na testa e apenas ouvia um " se cuida" automático. Não és mais aquele cara bonito, nem de aparência desatenta e leve. Tu és que se esgotou, se machucou...
- Queres uma cerveja?
Logo, você nem perguntava, já trazia duas. E eu aqui te perguntando. Hoje, olho-te ai sentado desgostado, sádico, fedendo a tabaco barato. Paraste de tocar, cantar. Nós? Nós já não dançamos mais nesta madeira barulhenta. Já não nos amamos intensamente a noite, já não gargalhamos,e nem bêbados juntos ficamos. Usa roupas demais, escuras demais. Sentado a frente, silencioso, indelicado. E seu rosto está desenhado em um tempo que ficou para trás...
Lembro-me de quando saíamos para um barzinho qualquer, na companhia de pessoas queridas. Chegávamos bêbados, caindo pelos corredores, rindo feito idiotas, e arrastados por estranhos. "Nunca, de fato, fomos música clássica. Mas sempre, sempre fomos jazz." Não tínhamos culpa. Só nós dois já era tanto!
Com o tempo, tudo se esgotou... Acordava de manhã, dava-lhe um beijo na testa e apenas ouvia um " se cuida" automático. Não és mais aquele cara bonito, nem de aparência desatenta e leve. Tu és que se esgotou, se machucou...
- Queres uma cerveja?
Logo, você nem perguntava, já trazia duas. E eu aqui te perguntando. Hoje, olho-te ai sentado desgostado, sádico, fedendo a tabaco barato. Paraste de tocar, cantar. Nós? Nós já não dançamos mais nesta madeira barulhenta. Já não nos amamos intensamente a noite, já não gargalhamos,e nem bêbados juntos ficamos. Usa roupas demais, escuras demais. Sentado a frente, silencioso, indelicado. E seu rosto está desenhado em um tempo que ficou para trás...
Não diferencio o certo e o errado,
o acerto ou o estrago,
apenas diferencio pensamentos simples amontoados.
14 de jan. de 2013
Cara, você sabe que a nossa doença é inapropriada, mas mesmo assim rimos dela. Até nossos risos são inapropriados! Onde fomos parar? Atos cometidos imprudentemente pairando no meio de um sentimentalismo dolorido do momento. Cometemos a loucura de nos fazermos loucos. Mas nós gostamos disso... Engraçado, estou rindo imprudentemente de novo! Sei que apenas vivemos. E você sabe que ninguém teve a culpa. Porém essas estradas são cheias de caminhos absurdamente tentadores, então temos que tomar cuidado... Ah garoto, nós conseguimos asas que se fecham quando cansadas, e que se abrem ferozmente a noite toda, e ninguém... ninguém percebeu onde estão os nossos rastros de passagens...
Não diferencio o certo e o errado,
o acerto ou o estrago,
apenas diferencio pensamentos simples amontoados.
10 de jan. de 2013
- Fala meu!- Ele quase gritou.
Ela o admirou, bateu os dedos na mesa e se levantou. Resolveu não responder, sua intuição indicava discussão a vista. Andou em meio ao mar de gente encontradas naquele pequeno botequim. A música ouvida era um blues... O dia cinzento, triste...necessariamente pedia-se um blues. E a noite ditava um ritmo próprio e ao mesmo tempo sádico para o momento... O tempo restante fora roubado, a música começara antes do momento certo. Aquilo era injusto! Aliás a história dos dois era injusta. O blues chegava no seu pico extremo, cada nota chorava,gritava e arranhava as frestas do tempo. Aquilo tudo acabou. Conhecidos estranhos. Contente.Mente. Importuna.Conduta. De ambos.
Ela o admirou, bateu os dedos na mesa e se levantou. Resolveu não responder, sua intuição indicava discussão a vista. Andou em meio ao mar de gente encontradas naquele pequeno botequim. A música ouvida era um blues... O dia cinzento, triste...necessariamente pedia-se um blues. E a noite ditava um ritmo próprio e ao mesmo tempo sádico para o momento... O tempo restante fora roubado, a música começara antes do momento certo. Aquilo era injusto! Aliás a história dos dois era injusta. O blues chegava no seu pico extremo, cada nota chorava,gritava e arranhava as frestas do tempo. Aquilo tudo acabou. Conhecidos estranhos. Contente.Mente. Importuna.Conduta. De ambos.
Não diferencio o certo e o errado,
o acerto ou o estrago,
apenas diferencio pensamentos simples amontoados.
3 de jan. de 2013
Dia chuvoso, sensação tranquilizadora. Ela encontra-se no local onde deveria estar, onde deveria começar. Fez do céu a sua casa, das estrelas estradas. E assim ela foi... Olhou-o, gelou, suou frio, suas mãos tremiam. Não era. Apenas um sinal errado, um caminho mal trassado. E assim continuou... O tempo passou, a luta terminou, mais um cigarro tragou, a fumaça subiu, sua visão embasou. Vira mundo, roda gigante. Vira mundo eterno, constante. Vira mundo, vira, vira incinerante. Vira mundo, vira instante.
Não diferencio o certo e o errado,
o acerto ou o estrago,
apenas diferencio pensamentos simples amontoados.
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