16 de dez. de 2014

Vivemos em um mundo onde o fim do mundo vive e a gente sente.
Vivemos em um mundo onde tudo se confunde e degrada a mente.
Vivemos em um mundo onde as coisas são banais e inexatas.
Vivemos em um mundo onde a vida torna-se tragicamente cômica.
Vivemos em um mundo onde tudo torna-se forte a martelada
no peito cansado de sentir. Na dor cansada de doer. No mundo cansado de sofrer.
Mas eu, lá no fundo, desejaria a esse mundo um fim de um segundo.
Apenas um segundo sem ser mundo e nada mais.
Eu só quero o fim do mundo por apenas um segundo. Um segundo e nada mais...

9 de dez. de 2014

 "Não volte para casa meu amor, que a casa é triste"- O lençol desarrumado, assim como o cabelo não penteado, o gosto de fel na boca ...
...Você já sabia, todos viram e mentiram. Enxuga as lagrimas, lava o rosto. Passou.
Amasse o papel. Jogue no lixo.

O espelho reflete a dor vertente... Não se pode voar em um mundo onde os outros te prendem à ele. Não se pode sair de uma rua, quando esta é fechada por muralhas que não lhe permitem ver.

Não
pode-se
fazer
mais nada.

N-A-D-A fragmentado. Oculto e não refletido pelo espelho, pela lua.

Na rua perambula vagabundos esquecidos da noite. Na sarjeta bitucas abandonadas junto com o lixo de todas essas casas tristes.

"...Não me espere porque eu não volto logo..." O tempo um dia irá entender, o que de fato não foi ser, passarinho que preso ficou, nunca mais voou.  

5 de dez. de 2014

Uma peculiaridade.
escondida atrás da face.
Face essa
não exposta.
Um sorriso bobo,
não é paixão, isso não
mas não é consciência
nem racionalidade
nem nada
ou algo
não sei
A pouca identificação
a pouca intimidade
a falta da fala
o ver
a vida
a saudade matada em festas
essas que não são de despedidas
mas passaram a ser
um dia não serão mais.
Promessas da longa vida
distinta esta!
Engraçado, talvez...
A possível reviravolta
volta vou ver
de uma vida não mais que isso
possa proceder...
 

2 de dez. de 2014

Mon nom

 Na ponta do dedo, do nariz, do cotovelo estende-se uma duvida...
 Pensamentos que longínquos foram, voltam e batem na face duvidosa e cansada. Mesmo tão perto não pôde se reconhecer, ou se conhecer, talvez...Mesmo tão perto não pôde sentir ao certo o que é, o que foi ou o que será. Tão perto, tão longe, tanto faz, apenas não é, não foi e não será. Ou é , foi e será. Não sei, não sabemos, ninguém sabe.
 A noite cai, o dia surge, e a vida vai. Assim, simultaneamente, sem mais, sem menos, apenas segue criando, recriando, e revelando novas historias, destinos, traços e caminhos.
 "...milagre seria não ver..." assim canta Rodrigo Amarante, assim eu me estremeço, assim eu me vejo, assim não me reconheço.

3 de nov. de 2014

 Meu amor, a nossa matemática não é simples. O nosso embalo não é lento.
 Você sabe, aí dentro, sei que sabe. Então para de "descoisificar" as coisas , porque as coisas são assim e as pessoas não entendem.
 O transcorrer do tempo é rápido, e você continua ainda aí lento, quase parado, lento de mais para esse tempo. As coisas são complicadas, você entende, tanto para mim quanto para você, então pra que diabos inventar inutilidades complicadas? Vai entender! A monotonia do acaso não nos foi generosa, a  gente sentiu e ainda sente esse fato. O fator influente permanece oculto, e nós ficamos aqui perdidos nesses caminhos obtusos tentando se encontra. Nós temos que correr meu bem, e muito rápido, antes que esse tempo acabe e nossos caminhos se interrompam arrasando com as coisas todas...

11 de out. de 2014

Pátria mãe vida.

 A vida da desses derrapes, uma hora vai bem, outra nem tanto, mas segue seu caminho tal qual é. A gente tropeça, bate de frente, grita, esperneia, doí.Mas seguímos, firmes adiante, e com medo de perde-la de vez. Engraçado! Reclamamos tanto mas morremos de medo de vê-la escorrer por entre os dedos, assim leve, pura, um sopro, para o além. Sem mais. Nós a seguramos com força e dor no peito, mas aguentamos porque amamos, amamos essa vida, essa vivencia, o viver. Somos medrosos demais para abrir mão de tal desafio, ou corajosos demais, não sei. Mas a gente toma umas pancadas bonitas, que doí, machuca e corrói por dentro, sedenta por mais expectativas, por mais esperança, por mais alguma coisa fora do comum, fora do real, ao qual não se esta acostumado a vivenciar. As pancadas nos jogam para baixo, lá embaixo, na lama, no caos, no nada. Porém persistimos firmes, fortes lá em pé, no meio do caos, no meio dessa lama toda, o foco de esperança não apaga, e um dia há de vir, a mudança, a driblagem. A lição, chegou cedo, até demais ouso dizer, mas os tombos permanecem e a lama abaixo também, mas a gente segue na nossa tão amada e sedenta pátria mãe vida.

8 de out. de 2014

Três, e não mais que isso

 Eram três, não mais que isso, apenas três
 Eram ponte em meio de um caminho
 Pedra no sapato de muito mauricinho
 Doidera em fim de tarde de domingo,
 Não, de domingo não, de quartas
 Era areia para muitos caminhãozinhos
 Em intervalos de segunda à sextas,
 Em extrema euforia das terças, 
 Nas pacificas quintas, 
E infernais segundas- feiras,
Um trio descontraído e ridículo,
Besteiras a ninho sexo, ceticismos
Física, filosofia,artes e Mirian.
Três amiguinhos, não mais que isso
Rony, Harry, Hermione...
Não! A gente não era e nem somos mágicos.
Somos mais
Somos estrelas e poeiras cósmicas perdidas no espaço.
Somos mais que todo mundo, mais que o mundo,
Mais que infinito mundo dos desamores injustos
Somos nós,três, e não mais que isso
Gugs,ju,yuri, não mais.Apenas três
Um pé no saco, e o cabelo mal arrumado,
O problema do cabelo era dos três, e de mais ninguém
Os medos também,confiados, segregados, e apagados
Apagados levemente como o sopro de uma vela.
E a vocês dois confesso, tenho medo, não mais que isso
Apenas medo. Fim acabo. Virou sopro
Nós três, e não mais que isso
Iremos longe  mais que esse mundo
Apenas longe, e distantes, em pensamento e espaço,
Talvez, mas não mais que três pontes no além.
Obrigado por apenas formarem três, e nada mais,

4 de out. de 2014

Vai..

 Não, não me olha com essa cara de que já sabia o que iria acontecer. Tudo bem, você já sabia, mas não esfrega isso não, me incomoda. É ruim olhar para o espelho e ver você me esfregando essas verdades baseadas em certezas obtusas. Babaquice! Esquece, passou, como você mesma disse "o tempo passa"... então, espera que acaba, ou não. Ridículo! E você aí do canto, tira esse sorriso sarcástico da boca, despe-se dessa roupa de "pessoa boa", pode até ser uma, excelente até, mas não, não foi para mim. Qual éh! Esquece, larga esse passado que não nos foi generoso, deixa de lado essa teoria ridícula e mal escrita. Não me toca, não me veja, e nem fale comigo. Os choques do passado não quero mais! Já foram bastantes, e dessa vez ta foda. Então me deixa, deixa a do espelho também e vai ser feliz com sua geometria de formas não bem escritas das nossas vidas. Vai e me deixa aqui pensando na minha patologia barata, me deixa refletir sobre o caos da não sociedade preparada para ser sociedade. Foge e me larga aqui jogada ao meio de descobertas descrentes filosóficas, mergulhada em Platão e sua teoria revolucionária politica, em Lévi- Strauss e sua antropologia estrutural, me deixa mergulhar de cabeça em minhas pesquisas, e não, não desfoca minha atenção, apenas vai, assim bem de mansinho, para que meu cérebro não sinta a sua ausência e a sua não importância com o acaso. Vai, de leve, mas vai embora e me deixa com a falta de aviso da vida continua que me cerca, quem sabe assim, um dia, a presente no espelho saiba avisar com antecedência minuciosos passos dados em falso tom e nota. 

13 de set. de 2014

Corre.

 Cuidado! Uma placa de aviso pendurada em uma das paredes brancas que cercam a vida. Segue em frente mas com cuidado, olhar atento e batimentos controlados, por favor.
 A vida que surge diante do novo, o desabrochar de flores, o correr do mar. A brisa soprou forte, talvez há de chegar. Respire. Cuidado. Cautela. Vai! As paredes brancas insistem em prender, mas persista, o que for para acontecer... já sabe. Frases inacabadas, pensamentos longínquos, mas vai passar. Essas frases um dia irão se completar e esses pensamentos mais perto irão ficar. Mas tenha paciência, pois a vida é o senhor do tempo, e o cosmo apenas orienta no sentido dos ponteiros. Não, não queira ultrapassar essa linha continua de tempo e espaço. Não vale a pena, o que um dia vai ser...já sabe. Espera. Se o tempo demorar a passar, arranje algo. Vá correr, conversar, escrever, ler ou amar. Ame, demora pra descobrir e chegar à conclusão do que é. Mas permita-se amar, se joga sem medo de errar. Confia. Pode confiar firmemente isso nunca vai acabar, se for recíproco por que não ? A vida era tão cinza... e agora como está ? Percebe a diferença? Veja na inocência do olhar a mudança do fosco, a opacidade já não existe mais. Na inocência desse olhar um mundo cor-de-rosa está a se formar, então por que o medo de se entregar? Se no final algo que considere ruim acontecer, pense "vai passar", quando você ver passou, então por que não tentar ? Tente sim, com cuidado, já disse, mas tente, e corre, corre que a vida não espera. O medo, se estiver presente leve-o, ao invés de atrapalhar talvez ajude, mas lembre-se não deixe-o dominar. Então vai, vai que o tempo não espera, e o espaço é grande, longo e contínuo. Corre até o destino determinado. Sim determinado, agradeça aos átomos que compões tudo ao redor, e prepare-se para seguir. Ou esquece os átomos, apenas segue, e deixa a metafisica para trás. Corre, e reinventa todas as leis da relatividade geral e todas as leis da cosmologia experimental que são consideradas humanamente impossíveis de serem burladas; Acredite, você vai conseguir. Vai, e voa por espaço e tempo, reinventa novos termos e corre amar.      

15 de ago. de 2014

Ser-me toda, ser-me meia

 Essa vontade de ser-me toda. Mas toda não posso ser. Esse balbuciar aclamado. O dia em que tudo desmoronou. O dia em que ser-me toda não funcionou. Falta uma parte. A parte que falta e afoga metade de todas as partes. Essa metade afogada que cria uma nova parte. Uma parte não completa renomada e abestalhada. Ser-me toda não posso mais. Ser-me meia não basta mais. Partes denominadas inteiras... Besteiras... sem mais! O dia que nunca mais acabou. O dia que não acabou mas não continuou. O dia que tardou mas adiantou. O dia que fez a parte virar toda e ser-me toda em todas as tardes...

Normal ou nao.

 A luz do sol atinge a minha pele
 a sensação de aquecida...
 O vento frio sopra
 levando embora toda a quentura
 esfriando a pele exposta...
 Sou tão normal.

 Espero um amigo no bar
 O blues a tocar
 o cheiro de tabaco
 que invade e enche de melancolia
 o lugar habitado por essa gente...
 ... essa gente vazia...
 ...essa gente sozinha...
 Sou tão normal!

O teu toque, o nosso toque
Uma cama vazia
Habitada por memorias
passadas e doloridas
o teu beijo, o nosso beijo...
...não era para continuar a ser...
Somos tão normais!

Pensamentos aparente, presente
constantes, delinquentes,
o cigarro tragado, a mente aberta...
...Fui para o bar conhecer um amigo...
...lugar habitado por essa gente vazia...
...essa gente sozinha...
Talvez não seja normal!

No bar, em busca de alguém...
o cigarro amigo encontra-se no lugar sozinho,
com essa gente vazia, essa gente normal...
o nosso toque, o seus beijos doloridos...
 passadas memorias que queriam apenas ser...
o Sol que esfria a pele exposta
expulsa o frio que aquece a alma morna.
E torna a sorrir...
...Normal ou não, apenas se contenta em sorrir...