16 de ago. de 2022

Sobreviver, sobre viver - Agosto de 2022

Hoje recebi a notificação de uma lembrança sobre um texto que eu compartilhei há 4 anos atrás. O conteúdo: Eu comemorava ter sobrevivido mais um dia. O engraçado é que até hoje eu comemoro a passagem de cada dia, porque muitas vezes é penoso e a minha vontade de desistir é muito grande. É uma briga minha com a minha cabeça.
Na minha vida eu morri e renasci duas vezes em 26 anos. Eu acho muita coisa para essa idade, mas as coisas simplesmente acontecem e muitas vezes nós não temos controle. A vida é incontrolável. O meu emocional também.
A sensação é de cair precipício abaixo e tentar me agarrar em qualquer galho que apareça na queda. Sem sucesso.Eu me recomponho.Logo sinto a respiração pesar, o corpo doer e um cansaço sem fim. 
Eu canso, sabe, de escrever textos pesados demais, pessimistas demais, mas eu não aprendi a compartilhar o lado bom da vida. Eu não sei verbalizar quando é assim, e muitas vezes nessas quedas eu não consigo ver o lado bom das coisas. Eu só vou caindo, cada vez mais fundo e vou me perdendo dentro de mim mesma. 
Eu realmente espero um dia conseguir melhorar esse lado, conseguir caminhar com mais leveza, e olhar para mim com mais calma e cautela. Até porque eu morri e renasci 2 vezes. Apesar de muitas vezes ter preferido apenas morrer. 
Para manter a constância: hoje eu sobrevivi.

2 de Maio de 2022

Hoje sinto-me mais leve. Nada flutuante, mas pelo menos, respirando sem dificuldade. As vezes questiono-me se estou apenas trabalhando ou se estou apenas vivendo? A vida não para. 
Hoje estou exausta, amo o meu trabalho, mas tem dias que eu o odeio na mesma proporção.
Hoje estou exausta. Deito-me na cama e mal consigo me mexer, meu corpo pede por cuidado, e eu não sei cuidar. 
Hoje estou exausta. Minha mente inquieta insiste em não dormir.
Hoje estou exausta e foi só mais um dia, outros ainda estão por vir.

3 de Abril de 2022

O tempo passou e eu vejo que ainda continuo a mesma merda andando.

 O tempo passou e a dor nunca parou. Quem sou eu? Para onde vou?

Os dias passam e eu ainda continuo a mesma merda andando. A escola passou, a faculdade passou e eu? No que me tornei? Continuo a mesma merda andando.

A dor é muito forte, eu não aguento mais carregar. Um dia vai ter fim? Um dia vai parar de doer?

Eu nunca fiz e nem faço nada certo. Sempre andando em caminhos tortos, sem fim e sem inicio.  O que eu sou?

Os meus textos continuam a mesma merda escrita.

Os meus passos continuam manco. Eu não aguento mais.
Essa dor não acaba. Quem eu sou? Eu não sei. As vezes acho a vida muito injusta, como pode ter acontecido tudo isso em uma única vida de merda? Eu me revolto todo dia. E ainda me culpo por tudo. Eu ainda desconto em mim mesma.

Meus dedos sangram, minha pele esta cortada.  Dói demais e eu não sei lidar com essa dor. Nunca soube.

Como alguma merda pode dar certo na minha vida? Quem nasce marcado não tem chances nesse mundo. Sorte de quem nasce privilegiado. 

Nos últimos dias eu só existo. Ontem foi meu aniversario e eu só queria morrer.

Ontem foi meu aniversário e eu só queria morrer.

Ontem foi meu aniversário e eu só queria morrer.

Porém, hoje acordei viva. Apenas viva, sem existir.

Sobre ser

Sobre a vida passar, muitas vezes eu nem sei. 
As vezes me perco em mim mesma, e quando isso acontece fica difícil me encontrar. Eu tento nadar nessa imensidão de água salgada, mas é tanta água que ela insiste em transbordar. 
Muitas vezes eu meio que não sei nada sobre eu mesma,nem sobre a vida.
Muitas vezes eu fico igual criança perdida.
Sem saber se o caminho certo é ir para frente ou para trás.
Então essa angústia começa a sufocar aos poucos e eu tento miseravelmente respirar.
Atordoa tudo.
Deito no chão.
Deitando eu me encontro. Mas na verdade não.
Olhar o teto, roer a unha, pensa no ontem, no hoje e no amanhã. 
Respiro. Fundo. Tão fundo que meu pulmão chega a doer.
Doer.Correr.Roer.deitar.Respirar.Um fluxo conturbado, assim como a minha cabeça é.
Aos poucos deitada eu vejo a maré.
A água salgada me afoga e no fundo não dá pé.
Por um minuto tudo para,
olho em volta e vejo que a vida continua a passar.

- Texto de 2021

Afogo -me

O mundo está em caos e eu também estou.

A fumaça do cigarro faz o ambiente ficar mais taciturno, como poderia eu ser Clarice? Não tem como seguir firme sem cair um degrau. 

 O telefone tocou inúmeras vezes. Não atendi nenhuma. Não quero e não vou. A minha cabeça está em caos e meu peito não aguenta com a profundidade desse sentimento. Não vê que é profundo demais e eu não me arrisco a pular. Eu não sei nadar. Sempre me afogo no seu peito, na sua boca e na sua mão. Não dá. Eu não consigo mais.

O telefone tocou inúmeras vezes hoje, eu não atendi nenhuma vez. Meu corpo pesa na cama e no quarto escuro, mais um cigarro e aos poucos me mato por dentro. Sempre houve em mim esse lado destrutivo, no qual eu mesma me afogo sozinha. Entende, não sei nadar. Profundidades não é comigo, não é sobre mim. Eu me perco sozinha no meu próprio ser.

 O Telefone tocou inúmeras veze hoje, eu não atendi nenhuma vez. Fumei mais um cigarro, me afoguei, não soube nadar...A cabeça gira, o ar falta, o caos vem, se não fosse eu e você quem mais seria? Eu não quero a sua profundidade porque você não vai querer a minha. A fumaça do cigarro sobe deixando o quarto mais taciturno. 

O telefone tocou inúmeras vezes hoje. Eu não atendi nenhuma vez

- Texto escrito em 2021

15 de Outubro de 2019

Muitas vezes a minha cabeça pensa demais e eu faço de menos. Na verdade, muitas são as vezes que eu nem sei o que eu estou fazendo. Meu corpo age sem eu ter o controle. Minha mente muitas vezes me domina. Sempre passei por esse processo de auto boicote. Quando eu era mais nova, na faze dos 12 aos 16 anos os meus pensamentos permeados de insegurança me atrapalharam muito, dava um comichão no peito e meu estomago torcia toda vez em que eu tinha que lidar com os meus sentimentos. Hoje em dia essa insegurança ainda chega, ainda dói, ainda me faz perder muitas oportunidades, eu ainda reclamo e me culpo. Eu luto para melhorar, para não deixar minha cabeça me controlar. Ainda tento aprender a lidar com a ansiedade e aprendo a conviver comigo mesma, procurando entender como é ser. Mas eu ainda olho no espelho e vejo muitas facetas de um rosto só. A garganta aperta. Respiro. Atualmente, aprendi a respirar mais, é bom.Ajuda. Sigo no aprendizado diário de lidar com meus momentos. Aprendo a me acolher. Aprendi a seguir sendo no mundo.

3 de Abril de 2022

Hoje é um daqueles dias em que viver é difícil. Eu falhei miseravelmente em aprender a gostar de mim. O meu peito enche de ar mas eu não respiro. Eu não aguento mais chorar. O peito voltou a doer como antigamente. Os dedos das minhas mãos não conseguem se fechar de tanto que os músculos estão doendo. Tem hora que parece que o peito vai explodir mas não explode. Tentei ser água que escorre por frestas em paredes, falhei. Não consigo ser fluxo e de salgado só as lagrimas. O peito voltou a doer como antigamente. Espero que seja uma fase. Espero que passe logo. Cansei de denominar como frescura. Cansei de ser a louca. Quem me vê sorrindo, mal sabe que por dentro estou chorando, parafraseando alguém. O peito voltou a doer como antigamente. O relógio não perdoa e viver também não.