30 de nov. de 2011

 Sou tão ruim assim?
 Essa questão pouco me importa. A minha preocupação se volta para as pessoa ao meu redor.
 Por mim não teria nenhuma, viveria isolada, longe de tudo e de todos. Assim não poderia magoa-los, descontar neles o que de fato é problema meu.
 Por mim viveria em um lugar onde não haveria vida, exceto a minha. Assim não poderia infligir nenhuma regra, acabar com algo, ou simplesmente faze-la dissipar.
 As vezes necessito isolamento, tanto material como mental.
 Há um monstro que aos poucos esta me tomando. Ele é muito conhecido como o ódio.Esse sentimento denominado pelo dicionario como sentimento de profunda inimizade, ira contida,rancor violento e duradouro...
 Isto esta me consumindo, estou tentando barra-lo, não deixa-lo se apoderar. Mas esta sendo complicado.
 Sem isolamento acaba dificultando minhas tentativas.
 Talvez eu me afaste das pessoas por um tempo, talvez não...
 Não. Não consigo me afastar delas, são tudo para mim, necessito delas, das companhias, das conversas. Isso me mantém viva! Isso me dá força!
 Só que essa escolha de não afasta-las pede um preço. A magoa.
 Esse é um preço muito grande, mas não sou eu quem paga, as vezes, mas não sempre. Geralmente são as pessoas que eu insisto em manter perto que arcam com as consequências.
 E isso tudo porque sou egoísta o suficiente para não afasta-las. Esse meu egoísmo de pensar só no que vou sentir, não me interessando com o que estou fazendo para os outros. Isso faz com que eu acabe tomando uma certa conclusão:
 O monstro não é o ódio,mas sim, eu.

 

25 de nov. de 2011

Caroline

 Memórias, não passam disso. Memorias que um dia foram jovens e cheias de energia.
 Caroline,se deliciava ao som das músicas.Seus músicos preferidos sempre fora Beethoven e Mozart. Ambos ela ouvia sem enjoar.
 Para cada estado de seu humor, ela encontrava a trilha sonora certa. Quando estava deprimida recorria ao seus amigos violinos.
 A música começava,o volume de certa forma alto de mais para os vizinhos, mas Caroline não ligava. O enredo da musica estava se desenrolando, sua parte preferida estava chegando. E em um determinado momento, pôs-se a dançar. Pulava. Elaborava gestos e gestos enigmáticos que compunham uma coreografia. Delicadamente balançava seus braços para um lado e para outro, o sorriso em sua face presente.Outrora pulava. Outrora rodopiava.
 Esquecia de tudo e de todos, vivia apenas o momento.
 Um arrepio. O choro dos violinos. O êxtase em suas veias. Pelos irisados. O suor escorrendo. O calor ardente. Sentimento de paz.
 Tudo se encaixava com a música que a deixava viva novamente...    

18 de nov. de 2011

Simplesmente Machado

"8 de Abril
Papel,amigo papel,não recolhas tudo que escrever esta pena vadia. Querendo servir-me, acabarás desservindo-me,porque se acontecer que eu me vá desta vida, sem tempo de te reduzir a cinzas, os que me lerem depois da missa de sétimo dia, ou antes, ou ainda antes do enterro,podem cuidar que te confio cuidados de amor.
 Não,papel. Quando sentires que insisto nessa nota,esquiva-te da minha mesa, e foge. A janela aberta te mostrará um pouco de telhado,entre rua e o céu,e ali ou acolá acharás descanso. Comigo, o mais que podes achar é esquecimento, que é muito, mas não é tudo; antes que ele chegue,virá a troça dos malévolos ou simplesmente vadios."
   (Trecho do livro Memorial de Aires- Machado de Assis)

17 de nov. de 2011

Senhor das moscas

 A sociedade passou a consumi-la, cada um queria um pedaço de teu corpo. Transformaram-na em um monstro, sim, uma mera boneca de plastico.Teu sorriso sempre amargo.
 Uma das pessoas mais confiáveis a traiu, levando-na ao inferno.Por que confiamos tanto em pessoas? Por que não conseguimos ficar calados, guardar tudo para nós.Seres humanos fracos, medíocres que tem que crescerem acima dos outros, qual o sentido disto? Qual o sentido de destruir a felicidade de uma amiga?
 Oh senhor das moscas transforma essa cruz em asas. Liberte faça voar. Senhor das moscas, escuta-me? Por que existem esses podres que não aguentam ver outro feliz?
 Senhor das moscas, a menina esta reprimida, e sente falta de um estilete, ou uma navalha, o que for, apenas para abrir um mero buraco, que se tornou maior.
 Sim, senhor das moscas ela fraquejou...

14 de nov. de 2011

Lembranças

 Meia noite, não ouço mais nenhum som da rua.
 A lua deve ter perdido a memória, pois esqueceu de aparecer.
 Totalmente sozinha, sob as luzes dos postes,me recordo dos momentos, e posso assim sorrir dos dias passados. Fico assim apenas para deixar a lembrança viver novamente.
 Sim, as lampadas estão piscando, alguém está murmurando um aviso fatalista.
 Luz do dia, devo esperar pelo nascer do sol? Devo partir? Sei que quando amanhecer essa noite se tornará lembrança também, e uma nova vida começará.
 Toque-me, é fácil abandonar-me com uma lembrança dos meus dias de sol...

Manchas

 A vela mais brilhantes de todas foi apagada. Apagou-se pois foi sufocada por aqueles que não podem encarar a realidade. Sobrou apenas um resto, mas nesse resto não contém todas as respostas certas.
 Uma boneca de porcelana foi quebrada pelas ondas do mar. Cada batida de seu coração quebrou meus pensamentos em pedaços.
 Nessa pagina negra da história encontra-se cores firmes.
 Eu me arrepio...
 Esta história se encontra manchada, tudo que resta é apenas um pretexto do que poderia acontecer.
 E nada parece em vida, em sonhos como era para ser...