11 de dez. de 2012

 Lábios molhados com besteiras liquidas e a fumaça dançante entrelaçada com seu odor arrepiante, fazem parte da paisagem desse devido local. Onde se foi dado aquele grito ensaiado, aquela risada forçada.

 Encontrado.

 Um pedaço de papel amaçado.
 Amasso.
 Arremessado. Diretamente. Repetidas vezes. Ao lixo.
 Nele: Números, e um nome. Era o seu número e o seu nome. Que minuciosamente foram esquecidos e jogados fora.  

10 de dez. de 2012

 Os poemas quase velados, escondidos, consumados. As frases quase escritas, apagadas,  desgostadas .Tais palavras ditas, não transmitidas, apenas arrebatadas. Coisas que se criam e se desmatam , se agitam e se acalmam, gritam e abafam, formando histórias verdadeiras, ou apenas, histórias contadas.

6 de dez. de 2012

Mero prazer

...O enredo da musica estava se desenrolando, sua parte preferida estava chegando. E em um determinado momento, pôs-se a dançar.Outrora pulava. Outrora rodopiava.
Esquecia de tudo e de todos, apenas o momento lhe era valioso. Um arrepio. O êxtase em suas veias. Pelos irisados. O suor escorrendo. O calor ardente. Sentimento de paz.
Tudo se encaixava com a música que a deixava viva novamente...

30 de nov. de 2012

Por mais que os meses passem, os dias surjam e você envelheça e não me reconheça, você sempre será aquele velho jovem otário que me custou muitas folhas e linhas amareladas e amargas. Não quero te ver. Não tão já, meus sentimentos ainda não merecem confiança.
De fato, estou presa em fatos desnecessários, em escolhas ordinárias,  em caminhos desnudos. Ir ou não ir? Eis a questão! As luzes do palco já se apagaram, desnudo-me. Livro-me da mascara, do figurino, do brilho no olhar. Aponto, com as mesmas mãos que a pouco afagavam, desminto, implico, critico, cuspo e vomito toda verdade daquela realidade.
Enfim calo-me. Olhares pasmos, julgamentos incrédulos, o júbilo, por fim, o ultimo. Mudo. Mundo. Agudo. Pontiagudo. Deveras passado recente,escolhas descrentes, caminhos desnudos.Por mais que os meses passem, os dias surjam e você envelheça e não me reconheça, você sempre será aquele velho jovem otário.  

22 de nov. de 2012

 O mundo vai mal. Na verdade eu vou mal. Os tempos andam difíceis, meus joelhos fraquejam,  minhas mãos não têm mais forças para segurar firme. Na mesa do almoço, meu estomago revira, tento segurar, mas mais uma vez a realidade e os desvios são vomitados e cuspidos, com um gosto horrível de amargo, possivelmente do suco gástrico ou algo do tipo.
 Abro a porta, sigo só na cidade desacreditando na realidade que me acompanha. Queria descansar por um momento, deitar na cama em posição fetal, me esconder e não ver mais, não ver mais... Mas a brutalidade da realidade espanca e faz sangrar. Dramático?  Talvez, mas a vida é sádica, ela ri com seu jogo, onde as peças somos nós.
 Esse aperto na garganta e essa angústia, que me revira o estomago, parece nunca sessar.De fato são tempos difíceis. E a hipomania parece contribuir com isso. Maldita falta de sono que faz com que a libido aumente!!
  Repetição repentina. Tudo gera sem sentido. Até porque o mundo vai mal. Na verdade eu vou mal...

13 de nov. de 2012

Dança concretada

 São mantos de mistérios, mistérios tocados e dançados pela noiva ou puritana,pelo caos ou pela lama, pela hipocrisia ou ignorância, simples.Mente. Assim. Narrada e escrita por uma viajante descrente. Mas que merece ser dita e narrada essa chuva de arte, essa dança concretada.

1 de nov. de 2012

Fração de sentimentos

 Um dia tudo acaba, a dor separa, o medo agarra e a gente grita.
 Um pouco mais cedo, encontrava-se uma felicidade imensa. O motivo? Não sei. Mas a noite caiu rapidamente, cai junto  algo estranho, amedrontador. Felicidade não se sentia mais,alias, não se sentia nada mais...
  Era onze e meia da noite, escuta-se apenas uma frase, depois as lagrimas e o júbilo. Devo estar enlouquecendo de vez. Mas não posso negar, naquela noite ouvi sua voz novamente, ela veio junto com a briza leve que entrou pelas frestas das janelas, e em segundos se apoderou de meu quarto e aos poucos de meu sentido. Foi então que veio o pranto. Apenas uma frase gritou e machucou. "Você apenas está tentando entender o que houve entre vocês.". Simples mas tenebrosa e perigosa. Atônita sentada estava, olhar fixo, tudo se embaralhou depois.

10 de set. de 2012

Apenas um desabafo

 Tentei encontrar respostas em Leminski, Drummond e Quintana, mas foi só Da Vinci que passou perto de me confortar. Sua frase dizia " As mais lindas palavras de amor são ditas no silencio de um olhar." 
 Eu parei para pensar e cheguei a uma conclusão, muitas coisas podem ser ditas no silencio de um olhar, não apenas amor, mas a dor também reflete fortemente e explicitamente. Eu sei, eu a enxerguei. Doeu em mim também, alias gritou também, gritou e gritou e gritou e a noite esperneou. Me considerei um monstro de imediato, mas não podemos voltar atrás não é mesmo? O tempo, assim como a vida, passa a ser sádico quando tudo esta bem.
  Incrível! Incrível mais uma vez feri alguém, mas esse não é só alguém. É ele. A pessoa que eu mais tinha medo de feri, foi machucada. Realmente minha cabeça esta uma desordem agora, a sensação ruim surgiu, e forte ainda. Será que consegui acabar com tudo? Meu lar confortável ira embora? Meu amor escorrerá pelos meus dedos como se fosse água? Eu perdi? Tempo, tempo, não faça isso comigo. Você sabe o quão importante ele é para mim.
 Amor,amor me perdoe despedacei-o não é mesmo? Está ferido demais? Me deixe ajudar querido, eu quero teu bem. Me fale amor, me fale onde doí. Me deixe cura-lo, o tempo é ingrato e a vida,para variar, pregou-nos uma peça, nos jogou espinhos. Mas me de uma chance. "Vamos começar de novo?", ou melhor ," Vamos continuar seguindo em frente, como se nada tivesse ocorrido?" essa opção me pareceu melhor.
 Realmente, vamos seguir em frente. Querido, nosso amor não aparenta ser fraco para deixar-se levar assim. Tivemos tantos momentos, mas tantos,  que sinto que poderemos ser fortes para sair dessa.
 Mas você é livre meu amor, você é livre. Escolha teu próprio caminho, as consequências eu aguento. Você é jovem, tem que viver. Você sabe o que é melhor para você. E seja qual for sua escolha eu aceito. Mas não se esqueça que eu o amo muito,muito mesmo e o que eu mais quero é te ver feliz, seja como for, eu quero você FELIZ.          

23 de jul. de 2012

 Deixe em cima desta mesa um sorriso teu, para eu poder dizer que ele é meu também. Coloque tua mão novamente em cima da minha, assim fotografarei e colocarei ao lado de teu sorriso na mesa, para poder mostrar qual é o meu abrigo. Deixei a toalha pronta e a comida em cima da mesa.Deixei falar o que um dia eu quis calar.Deixei a casa sem barulho, para parecer que ainda é cedo, a porta entreaberta, o lençol um pouco amarrotado. Mas eles não vão ligar,querem mais é ver quem é o rapaz, o qual eu ouso chamar de "meu amor" ou simplesmente "bobão".
 Os convidados chegam, sorrio e abraço. Mostro-lhes a mesa, perguntas não demoram a surgir. "Quem é este rapaz?". Apenas continuo a sorrir sem pronunciar uma palavra sobre. Olhares curiosos passam a se formar.Meu sorriso se vai. Mas meu olhar logo me entrega, logo demonstra-lhes o que eu estava pensando, o que eu estava relembrando, o que eu estou vivendo. Não preciso mentir, todos já perceberam que a sensação do seu toque voltou a surgir em minha pele, perceberam que suas palavras voltaram a sussurrar delicadamente em meus ouvidos. Como disse, não preciso mentir, todos já perceberam o tamanho do sentimento que estou sentindo. Todos viram em meus olhos, o amor que ressurge e arde fortemente.Todos enxergaram o que sinto por esse rapaz.   
 Da voz da moça ouvia-se apenas gaguejo,assim, sensivelmente e arrebatador deixou escapar uma pergunta. "Fico engraçada quando estou apaixonada?". " Você se acha engraçada apaixonada?". "Não sei,talvez...". Tensão na mesa, um certo desconforto de ambas as partes.
 "Você me acha engraçada?". Ele sorri." Acabei de rir, então para mim você é engraçada." "Qual é mesmo o nome dessa música?". "Não lembro..." "Sabe o que eu acho engraçado?" "Fale-me você". Ela sorri e assim diz. "Acho engraçado, nós, aqui nessa mesa de bar,fedendo a tabaco"."Sim, isso talvez..." "Você já amou?" "Eu nunca quis amar"."Mas amar é uma questão de querer?" "Não sei talvez...Mais uma dose?" "Mais uma talvez!".    

27 de mai. de 2012

 Ela acordou como de costume às 7 horas, tentaria dormir mais uns 10 ou 15 minutos a mais, mas o dever chama.
 Com seus passos falsos caminha em cima de tetos compostos por vidro. Equilibra-se cuidadosamente sobre uma corda. Sentir-se livre, solta eram uma das coisas que ela entendia perfeitamente.
 Mas o desespero, a preocupação que sempre carregará junto de si agora martelava drasticamente em tua cabeça, provocando grandes rachaduras e dores. A fé que ela tem , possivelmente outro a tenha.
 Levanta a cabeça, segue em frente. Marés de pensamentos a engolem. Ela escapa. Se fortalece. Não pertence ao lado A e nem ao lado B. Imparcial como sempre em seu mundo paralelo.
 Inventa, reinventa. Muda e transforma. As coisas ao seu redor finalmente mudaram.
 Ela respira pela ultima vez um suspiro carregado.Os próximos suspiros serão de fato levados levemente.

24 de abr. de 2012

Pensamentos

 " Odiei as palavras e as amei, e espero tê-las usado direito."- A menina que roubava livros

 Palavras, talvez as tenha usado corretamente,
 O que não usei corretamente são os pensamentos que o vento foi levando embora. Pensamentos que um dia foram digeridos e saciados, mas que no outro, foram vomitados e despejados. Mas isso ocorreu apenas uma vez. Talvez duas. Isso não importa.
 Deve ser melhor assim. Não vejo mais a linha do horizonte, que até então me distraia. Não quero ter mais esperanças, quero acreditar apenas no momento. O mundo não merece confiança.
 Uma linha consciente surgi, um paradigma é exposto. Um outro alguém é composto. Um vai e volta. Um pecado. Um atrito. Outrem.
 O que de fato vento virou,virou pensamento virado...

15 de abr. de 2012

Tempos bons

 Esqueci de como as folhas caiam
 Os dias passaram
 Os ventos pararam...
 Vejo tudo mudar

 O oceano aparece
 me contento em mergulhar
 as ondas lavam o passado
 o que um dia viveu
 ficou para trás

 As ondas vem
 as ondas vão levar
 o que de fato não quis evaporar
 Mas os pássaros cantam
 um hino de esperança
 avisando com antecedência
 a mudança em sua vida de criança...

 


 

31 de mar. de 2012

Detestável quarta feira

 Era quarta feira, como ela odiava quartas feiras. Quartas não tem o comodismo de uma segunda, nem tem a empolgação de uma sexta, são simplesmente quartas feiras... Monótonas como sempre. E assim como todo quarto dia da semana, encontrava-se afundada em cafeina e papéis. Folhas que transpassavam o que sentia. Poemas espalhados pelo seu quarto, era o que mais se via. Poemas e linhas tortas era o que ela escrevia em uma detestável quarta feira. Linhas que com o tempo se alinhavam para depois entortar novamente.Isso sempre acontecia nas quartas feiras.

11 de mar. de 2012

"Nada como um dia após o outro"

 Hoje acordei pensando em poesias, apenas pensando, pois não tenho nada a escrever. Sai para fora a procura de ar,o dia me parecia normal dessa vez. O céu não estava nublado, então tive a certeza de que não matei o sol.
 "Nada como um dia após o outro", essa frase me causa um certo desconforto. Tenho medo do futuro, tenho medo das ações que cometi e que isso de certa forma cause uma reação negativa. Mas eu arrisquei não é mesmo? Pois bem terei que enfrentar o futuro de frente e peita-lo, dizer coisas horrendas ou simplesmente me ajoelhar perante a ele e chorar. Terei que ser forte, ou simplesmente mostrar fragilidade. Bom, seja la qual for a reação eu estou preparada, armada com meus argumentos, e com minha mascara de pedra. Assim poderei transmitir a mensagem de que não fui abalada ou simplesmente destruída.
 Pensando bem, não vou fazer nada disso, vou simplesmente gritar um "FODA-SE" e tratar o futuro indiferentemente,assim não haverei de sofrer muito,ou extrapolar muita a minha alegria. Ou então não farei absolutamente nada!    

3 de mar. de 2012

Princesa da negação

 Quando ela mudava seu ponto de vista sob seus pés, acreditava que não haveria fim para o que estava acontecendo. Muito bem: ela esta vazia mas ao mesmo tempo respirando.
 Se encontra sozinha em sua sala, provavelmente assistindo a algum filme ridículo, ou ouvindo alguma musica sádica. Que seja. Ela sempre foi a ultima da chamada e a ultima a sair, por que se importaria agora em ficar sozinha? Na verdade ela não se importa...
 Ela já teve sonhos, e o maior deles sempre foi mudar o mundo. E não estava errada em sonhar com isso,alias ela sempre conseguia mudar o mundo ao seu redor. Por que então não iria querer mudar ele todo?
 Sempre foi impossível. Sempre fora uma princesa da negação. Por que não ser agora também? Ela não sabe.Ou até sabe, mas prefere não saber.

Clarisse - Legião Urbana


24 de fev. de 2012

Sans routine

 O despertador tocou sete horas em ponto. Muriel levantou-se. Como fazia toda manhã calçou seus sapatos indelicados que contradiziam sua delicadeza e principalmente seus traços.Colocou comida para o gato, fez suas torradas,e preparou sua bolça de trabalho.
Mas algo lhe passou em sua cabeça. Ela percebeu que estava farta de rotina, queria fazer algo diferente, inovador.
 Então desfez sua bolça de trabalho,fez mais torradas do que já estava acostumada,colocou patê para o gato ,tirou teus sapatos indelicados. Pegou caderno e estojo, calçou rasteirinhas tão delicadas quanto sua delicadeza.
 Partiu, foi de bicicleta ao invés de carro.Não foi para o trabalho. Foi para uma praça. Sentou-se em um banco que não costumava sentar, falou com gente que nunca ousara falar.Sentiu-se como nunca tentara sentir. Sorriu como já mais sorriu. Viveu como nunca viverá. Aprendeu o que já mais pensara o que aprenderia. Aprendeu que a vida é tudo inovaria!

23 de fev. de 2012

 Me faltam cores,gesto, sinto falta das palavras de certa forma "salvadoras". Palavras que deem entendimento, ou desentendimento. Tanto faz.
 Apenas quero palavras para me expressar.Palavras para me acalmar e não atormentar,com ultimamente estão fazendo.
 É eu perdi,respirei fundo,tentei fechar meus olhos para conseguir um momento de paz. Sem chances. A dor resolveu não me dar tempo hoje.É ridículo falar sobre dor.Bom, para mim é. Mas é inevitável não denominar isso como dor.Pelo visto não me adapto a essas coisas de ser humano. Nós somos complicados de mais. Nem palavras não nôs entendem mais, ou pelo menos não entendem mais a mim...
Quantas decepções,isso porque pensei que esta tudo errado. O que esta errado?O que seria o errado? Seria algo que simplesmente aconteceu?Ou era um pretexto do que iria acontecer?
 "Toda ação gera uma reação", disso eu estava ciente. Mas precisava ser uma reação negativa? Você não soube me responder. Alias nem eu mesma soube.
Nunca soube de nada, por que esperei saber dessa vez? Na verdade confiei...e essa foi minha burrice. De que adianta nascer genia se no final não usei essa genialidade? Que seja,a unica coisa de que sei é que hoje em dia sou uma burra e não mais genia.

.

Parece até que estamos economizando palavras
talvez sejam as minhas manias desastradas,
ou suas, talvez.
Parece que somos estranhos
um para o outro.
Ok! Vamos tentar mais uma vez!
A necessidade de palavras em falta
ou então, a necessidade de desnecessidade.
Éh pode ser.
Melhor, eu quero não ser.
Eu fiz de tudo um nada.
Fui eu mesmo que fiz?
Não é isso o que me condiz.
Confusão?
Um pouco, estou apenas tentando me acertar
ou errar.
Esta bem! Vou me acomodar!

 

9 de fev. de 2012

Querida Natasha...

Quem diria que eu iria achar essas fotos nas tralhas que estão salvas no meu computador?
Quem diria que essa foto iria me trazer lembranças de um passado que pra sempre marcará a minha vida?
Tenho saudades desse tempo, do tempo que nós dizíamos que parecíamos "irmãs" pelo simples fatos: de conseguir virar o braço estranhamente, escrever musicas á noite, nos cortamos por causa da realidade dolorida, pelo fato de que gostávamos de coisas parecidas.
Onde foi parar toda essa infância e inocência? Foram para nas ruas, nos becos, nas drogas e bebidas. Sim ela se tornará uma rebelde. E eu uma otária que se afunda em estudos para não encarar a realidade. Ela forte. A otária fraca.
Desde muito nova ela sempre demonstrou independência. Sempre demonstrará coragem, mas eu sabia que aquilo era uma armadura,pois um soldado para ir a guerra precisa de armadura para não se ferir muito, certo? E eu sabia que a vida para ela sempre fora uma batalha, e as ruas e locais sempre fora seu campo. 
Me lembro perfeitamente, aqueles olhos azulados,seus cabelos na época loiro, teu corpo miúdo, sua inocência ainda não tinha sido dissipada por completo.
Mas hoje, com 16 anos a garota se rendeu as ruas, encontrou seu ombro amigo nas bebidas.Drogas...Vamos deixar esse assunto de drogas para lá.Pois me sinto fraca frente a ele. 
A otária sempre a observou, apesar de que ninguém nunca perceberá, dias em casa apenas olhando-a pelo vidro de meu quarto. A dor, a preocupação, a saudade. Sempre estiveram expostas nas paredes de meu quarto. Lembra de quando nós nos conhecemos? Ainda se lembra disso?
É minha querida, apesar de quase nunca ter demonstrado meu afeto de amiga para você, eu sempre me importei...Talvez você nunca tenha percebido, sim teve uma época que me tornei invisível a teus olhos claros. Mas sempre me importei, e sempre estive do seu lado quando precisou e ainda estou, apesar de você ter feito pouquíssimo uso dos meus ombros amigos.
Mas sim, eu sempre estive e sempre vou estar do teu lado.
A preocupação que me causa de saber que uma amiga minha se perdeu no caminho da vida, essa criança entrou em um labirinto e nunca mais saiu. Suas provas foram mais difíceis. Mas ela sempre foi forte. Sempre passou por cima dos desafios.
Ah ! Como eu queria que você soubesse que sempre vou estar aqui para te levantar.
Mas a vida pra varia sádica como sempre, mudou nosso percurso e principalmente o seu...
Mas lembre-se sua Natasha, tem uma amiga  aqui que se importa contigo.

Com carinho e afeto
Otária 

9 de jan. de 2012

Apenas um sonho

 Dormindo com fantasmas ela está. Amedrontada. Em suas veias a adrenalina flui. Se agarra ao seu urso de pelúcia,pobre coitada acha que assim pode se proteger.
 Um grito. Silencio repentino. A menina se encontra no meio de seu quarto ajoelhada pedindo ajuda. Vultos dançam ao seu redor formando círculos. Círculos de fogo. A criança chora, mas uma voz repentina a faz parar. "não tenha medo garotinha, levante-se, junte-se há nós". Paralisada encontra-se ela, o medo é tanto que se é impossível de se mover. A voz mais uma vez a chama. Então ela resolve se juntar a eles, ver o que vai acontecer. Milena, esse era o nome da garota, sente um puxão em seu braço, algo gélido, e seco. Ela deixa-se levar.  Milena apesar de estar calada,não emitindo nenhum gemido parecendo corajosa, estava querendo voltar para seu quarto, para sua cama, para os braços de sua mãe. Tinha medo. Medo de não poder mais vê-lá, de não poder mais toca-lá e nem sentir teu cheiro. Seu medo era de não poder dormir e acordar. Seu medo era de dormir para sempre.
 Chegou finalmente a um vale,o vale das sombras. Lá só se podia ver agonia, raiva, tristeza e rancor. Suas pernas bambalearam,seu coração disparado,suor escorrendo frio, suas gargantas apertadas, faltava-lhe ar. Isso era apenas os sintomas do desespero.
 Uma sombra veio em sua direção, colocou as mãos em seu coração, e no instante seguinte ela se sentiu leve, e finalmente livre. Mas no momento em que ia cair em um grande buraco negro,  acordou. Tombou.Chorou.Gritou.
 Sim, fora apenas um pesadelo.
   

5 de jan. de 2012

 A fé realmente ajuda uma pessoa?
 A menina estava curvada em sua cadeira. Não era difícil de ver: ela tinha sua própria fé.
 De certo momento aquela imagem não havia me chamado muito a atenção, mas ao decorrer do tempo fui percebendo sua devoção, sua ânsia por cura. Não, ela não fora alienada por uma religião. Pelo contrário, ela fez sua própria religião, sua própria crença.
 Era uma garota um tanto normal. Sua pele era clara, cabelos castanhos claros também. Seu olhos...há seus olhos quão sofrimento guardavam, quanta angustia, quanta dor...
 Ela estava acompanhando um senhor portador de uma deficiência mental. Era um senhor adorável! Como gostava de tirar fotos!!
 A garota tinha paciência e carinho por ele, era tamanho amor que nunca vi igual.
  Na hora da fraqueza ela se curvou, rezou,rezou e rezou. Acredito que nada se concretizou. Mas seus olhos logo, apos suas preces, não eram mais os mesmos.Eram realmente vivos, belos e cheios de brilho. Ao passar por mim,sorriu.
 A imagem dessa garota e de sua fé  permaneceram vivos em minha memória. Talvez seja pelo simples fato da minha fé ser fraca. Ou então por conhecer um verdadeiro amor ao próximo,coisa que o meu coração de pedra muitas vezes me impede de ter. Pode ser que seja então a sua demonstração de um sentimento puro e agoniado.
 Sim, era a agonia dela com a qual me identifiquei.